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Dilma faz apelo por plebiscito em carta ao PT

Vaccarezza (PT-SP) desagrada PT na coordenação da reforma (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Em carta de quatro páginas encaminhada ao PT, a presidente Dilma Rousseff defendeu a realização de plebiscito para a reforma política e disse que, ao lado do ex-presidente Lula, está ouvindo a “voz das ruas” para dar respostas à sociedade brasileira. Dilma enviou o texto para explicar por que não foi à reunião do diretório nacional da sigla, em Brasília, realizado no último sábado, em que seria convidada de honra. A ausência incomodou petistas, em especial o ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão e membro da direção do partido. Ele criticou a decisão da presidente em reunião da corrente majoritária da legenda. “Eles [brasileiros] querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar”, afirmou Dilma na carta.

A presidente justificou a ausência ao dizer que, com a vinda do papa Francisco ao Brasil, precisava atender a demanda de organização e segurança do evento, que envolve “todo o governo”. No texto, a presidente usou a expressão “querida militância” e fez afago à sigla dizendo que não haverá um “Brasil efetivamente novo” sem o PT. Dilma cita Lula duas vezes na carta. Em uma delas, diz que está ao lado do ex-presidente ouvindo as ruas para “construir um Brasil cada vez melhor”, listando as ações federais em resposta às ruas.

Alianças
Durante a reunião, o comando do PT responsabilizou seus partidos aliados pelo fracasso da reforma política em discussão no Congresso. A cúpula petista elaborou resolução em que diz que o governo e a sigla tiveram que executar política de reforma “baseada em alianças cujos parceiros não se dispuseram e nem se dispõem a romper com os limites da institucionalidade conservadora”. O mesmo documento propõe plano de combate à corrupção capitaneado pelo governo.

O diretório discutiu moção contra a permanência do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) na coordenação da comissão da reforma política. Manteve, contudo, por 43 votos a 27, nota que dizia que Vaccarezza não expressa o pensamento da bancada e do partido. Vaccarezza foi escalado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para coordenar o grupo de trabalho. A nomeação do petista irritou a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PT depois que ele se manifestou publicamente contra o plebiscito proposto pelo governo. Quarenta deputados petistas divulgaram manifesto contra a permanência do petista na coordenação e defenderam o nome do deputado Henrique Fontana (PT-RS), que comandou o projeto de reforma na Câmara.

APOIO DO PMDB

Sem apoio de parte do PT para coordenar o debate da reforma política na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) recebeu o apoio público do PMDB à sua indicação. O líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) disse que se o deputado Henrique Fontana (PT-RS) fosse escolhido no lugar de Vaccarezza para coordenar os debates, o PMDB e outras legendas deixariam a comissão que discute a reforma. “Se Fontana fosse o coordenador, seria difícil alguém participar. O PMDB, por exemplo, não participaria”, afirmou Cunha no Twitter.

Para Cunha, Henrique Alves indicou Vaccarezza para viabilizar a aprovação da reforma, o que não ocorreria se Fontana estivesse à frente da comissão. O líder do PMDB disse que o presidente da Câmara não quis interferir na “representação do PT”, que tem o direito de escolher “quem quiser” para a comissão da reforma política. “O presidente Henrique quis constituir um grupo, onde todos participariam, inclusive Fontana, mas coordenado por alguém mais isento do processo. Todos sabem na casa que a postura do Fontana, apesar de ser legítima, inviabilizou qualquer votação. Para constituir um grupo e pôr o Fontana, era só pôr a comissão da qual ele é relator para funcionar, o que ele não consegue”, atacou Cunha. O pemeedebista disse ainda, no Twitter, que o debate no PT em torno da indicação de Vaccarezza para a comissão mostra que “não querem debater outra proposta”.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também divulgou nota reafirmando a defesa do plebiscito e dizendo que as opiniões de Vaccarezza não expressam o pensamento da bancada ou do PT. “As posições do PT e da bancada no grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara serão defendidas pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP).”

O Povo

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