O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, José Maria Pontes, informou que investigará a partir das próxima semana as denúncias de que médicos contratados por prefeituras cearenses seriam demitidos, em virtude da chegada de profissionais do programa Mais Médicos. Essa substituição geraria economia aos municípios, já que a bolsa de R$ 10 mil por mês dada aos médicos estrangeiros e brasileiros será custeada pelo Governo Federal.
“Já faz alguns dias que a gente ouve boatos nos municípios. Ainda não há nada concreto, mas é preciso alardear isso desde já para evitar que alguma prefeitura resolva fazer tal afronta à categoria”, comenta José Maria Pontes. Caso a medida seja colocada em prática, a redução da carência de médicos no interior, meta da presidente Dilma Rousseff, seria ameaçada. “Se houver demissão de médicos, vamos acionar a Justiça do Trabalho”, avisou o presidente do sindicato.
A assessoria de imprensa da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) informou que a entidade também iniciará um levantamento a partir de segunda-feira (11). Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, três municípios cearenses estão numa lista de 11 que pretendem demitir médicos: Barbalha, Canindé e Cascavel. A Tribuna do Ceará não conseguiu confirmar com as prefeituras se há mesmo intenção de reduzir os custos com médicos.
O Ceará, que conta com 9.277 profissionais em atividade, receberá 116 médicos na primeira etapa do programa federal. Ao todo, 1.340 inicialmente atuarão no programa em todo o Brasil, sendo 84% deles no interior do Norte e Nordeste.
Tribuna do Ceará