
A Vila Mingú localiza-se as margens da BR-116, próximo ao posto Magnólia 14. Nesta localidade visitamos a Sra. Joaquina Ligia Lacerda de Morais, 81 anos, agricultora e artesã. Natural do Sítio Vaca Brava, a mesma mudou-se para a Vila Mingú há 57 anos, onde produzia seus artesanatos e seus trabalhos domésticos e da agricultura.
Conta a Senhora Ligia, que¨quando eu retirava barro para ajudar a rebocar uma das paredes da casa, encontrei o cachimbo e eu o guardo até hoje¨. Esse cachimbo, após algumas análises, chegou-se à conclusão que é de origem holandesa, com seus traços e formas.
Além do cachimbo, Dona Ligia relatou que enquanto fazia a limpeza do ¨terreiro¨ encontrou duas moedas, onde uma delas não dá pra se ver o período, mas inda mantém conservado o símbolo de um brasão, ela ainda as guarda até hoje.
Quando questionada sobre a origem do Sítio, a Sra. Ligia nos informou que ouvia histórias dos povos mais antigos, falando a respeito de um senhor chamado Mingú. Se tratava de um homem rico, que vivia em uma casa de taipa bem estruturada e que era dona de grande parte de terras daquela localidade, inclusive de um olho d’agua, que passou a se chamar Olho D’água do Mingú, originando assim o nome da vila.
O Sr. Raimundo Leite de Morais, 79 anos, agricultor, marido de Dona Ligia, contou que sempre apoiou sua esposa nesse trabalhos artesanais que a mesma gosta de fazer, enfatizando a história das moedas encontradas no terreiro, ele disse: ¨Isso eram os povos, que antigamente tinham muito dinheiro e não havia banco naquela época, daí eles enterravam em urnas com medo de serem roubados, passado os anos, faleciam e ninguém mais sabia que havia aquele dinheiro escondido, o que o povo chama de botija.
Quando perguntado se o mesmo conhecia alguma história sobre artefatos arqueológicos, o Sr. Raimundo afirma conhecer alguns materiais, mas nunca os vistos nem conhece nenhum morador que venha a possuir esses materiais.
Professor Jonas Fernandes
A série de reportagens “ARQUEOLOGIA EM MILAGRES” é uma parceria do Portal OKariri com a EEEP Ana Zélia da Fonseca e é publicada sempre aos domingos.