Sessenta e dois municípios estão na lista atual da Defesa Civil do Ceará com demanda de recuperação de poços a partir de novembro. Desde abril, o órgão executa o contrato com três empresas para instalar 346 poços em 58 cidades. Para o próximo contrato, são cerca de 500 localidades solicitando o serviço executado com recursos do Ministério da Integração. A medida busca amenizar o problema de abastecimento em municípios que sofrem com a estiagem e não têm acesso à água de poços já perfurados por outros órgãos.
Para que seja feita a instalação, o poço precisa ter vazão inferior a 500 litros por hora e abastecer o mínimo de 15 famílias. Deve estar também dentro de um sistema de abastecimento considerado em colapso. Assim foram selecionados 58 municípios no planejamento com as ações que começaram em abril e vão até novembro deste ano. O próximo plano de trabalhos deve ser concluído e apresentado ao Governo Federal após prestação de contas da etapa em andamento.
Cidades que já estão sendo atendidas pedem a inclusão na fase seguinte, como é o caso de Caridade, Russas e Crateús. “Os municípios fizeram diversas solicitações (no contrato atual), e não pudemos atender tudo de uma vez para podermos atuar em uma quantidade maior de municípios. Então, eles solicitam mais uma vez para os poços que não foram incluídos nesta etapa”, explica o subtenente Carlos Nascimento, do Núcleo de Engenharia da Defesa Civil. E acrescenta: “O poço é um recurso que não finda a necessidade por água, mas que ameniza a escassez”.
Procura
A procura pela Defesa Civil se dá inclusive entre os municípios contemplados nesta fase e que aguardam o serviço. São 220 poços por instalar até novembro. No total, o órgão tem a missão de recuperar 346 poços fora de funcionamento. Todos já passaram pela etapa de limpeza e bombeamento. Desses, 180 já receberam instalações com chafarizes e dessalinizadores. Dentre as cidades incluídas no planejamento da etapa atual, estão ainda Aracoiaba, Quixadá e Varjota.
São três empresas contratadas com recursos do Ministério da Integração. A verba para os serviços restantes é de R$ 2,5 milhões. O subtenente Carlos observa que os serviços podem terminar até antes de novembro. “Antes do fim da etapa, nós preparamos o próximo plano com as demandas recebidas”, informa. A atualização da lista de municípios e localidades com poços para recuperação acontece a cada 15 dias.
Chuvas
Das 7 horas da última quinta-feira às 7 horas de ontem, a Funceme registrou chuvas em 68 dos 184 municípios cearenses. A maior chuva foi em Iguatu, com um índice pluviométrico de 39 milímetros.
A capital cearense registrou a 11ª maior precipitação, com 24,4mm. Entre as cidades que mais choveram estão Guaramiranga (34,4 mm), Iracema (31mm) e Pacoti (30mm). Segundo a Funceme, há possibilidade de chuva em todo o fim de semana.
Saiba mais
Com 461,9 mm de chuvas entre fevereiro e maio, a quadra chuvosa de 2014 ficou 24% abaixo da média histórica observada para o Ceará. O resultado não foi tão ruim quanto nos anos de 2013 e 2012, com desvios negativos de 37,7% e 50,7%, respectivamente.
A única macrorregião a superar a média em 2014 foi a do Cariri, com desvio positivo de 7%. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O volume atual dos açudes cearenses é de 31,4% da capacidade. O índice não difere muito do observado no início da quadra chuvosa: no começo de fevereiro, o volume total era de 29,8%.
Pelo monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Estado tem atualmente 101 dos 149 açudes com volumes inferiores a 30% da capacidade.