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Ceará: Doações de órgãos caem, mas Sesa avalia melhora!

Apesar de ser o sexto maior estado brasileiro com a maior quantidade de doadores de órgãos, o Ceará diminuiu a taxa averiguada pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) entre os meses de janeiro e setembro de 2017. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), foram contabilizados 22,5 doadores por milhão de população (pmp) neste ano, frente a 25,8 pmp, em igual período de 2016. A queda analisada foi de 12,8%. Conforme o RBT, os números possuem variações nos seis últimos anos.

(iStock/Getty Images)

Segundo Eliana Barbosa, coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, a queda estava sendo monitorada pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa-CE) desde o fim do primeiro semestre do ano. “Novas medidas foram tomadas após as avaliações, fortalecendo cada vez mais a atuação dos profissionais e a mobilização da população”, afirmou. De acordo com a gestora, a Sesa tem realizado ações de incentivo à doação de órgãos, como capacitação de profissionais, qualificação no acolhimento das famílias e divulgação de campanhas de conscientização.

Transplantes

No período analisado pelo relatório da ABTO, também houve queda de transplantes de órgãos específicos. Em 2016, foram realizadas 24 doações de coração, em 2017, foram 23. Transplantes de rim alcançaram 191 receptores no ano passado, já neste ano, apenas 169. Apenas um pâncreas foi doado neste ano, em comparação a igual período de 2016, quando não houve nenhum transplante. Mantiveram a mesma quantidade de doações: pulmão (três doações em cada ano) e o fígado (146).

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De acordo com o coordenador do serviço de transplante de fígado do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Huygens Garcia, a queda no número de transplantes encontra razão em diferentes fatores. “Um dos aspectos é a taxa de negação familiar, quando é feito o diagnóstico da morte cerebral e a família não autoriza a doação”, avaliou o médico. Segundo a ABTO, a taxa de recusa familiar nacional foi de 42%, número superior ao do Estado do Ceará, que apresentou 39%.

Segundo Huygens Garcia, outro aspecto é a questão do orçamento. Para o coordenador, há dificuldade nos transplantes por não haver insumos suficientes. “Não aumentaram os leitos de UTI, de deficientes, isso também refletiu na diminuição dos transplantes”, explica.

Problema também relatado pelo chefe do setor de transplantes do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Ronaldo Esmeraldo. “Tem ocorrido falta de insumos básicos e essenciais para os transplantes, todos esses hospitais estão com dificuldades”, relatou.

Perspectivas

“A queda no ritmo dos transplantes em 2017, entretanto, é em grande parte justificada por uma grande conquista do Estado em 2016, ano em que o Ceará zerou a fila de espera de transplantes de córnea”, afirmou Eliana Barbosa ao projetar expectativa positiva para o fim do ano. “A perspectiva é manter o crescimento contínuo e fechar 2017 com números mais positivos”, disse a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará.

De acordo com Huygens Garcia, a fila de espera para transplantes de órgãos não diminui e, quando há estagnação ou diminuição no número, há maiores chances de haver mais mortalidade. “Não devemos investir em doação, mas em saúde pública de qualidade”, pontuou.

Para Ronaldo Esmeraldo, as pessoas também podem ajudar a aumentar o número de doações. “Elas precisam simplesmente conversar sobre transplante com seus familiares e dizerem que gostariam, sim, que seus órgãos fossem doados”. De acordo com o gestor, apesar de o momento do óbito ser uma situação íntima e instável para a família, “é preciso que haja realmente essa sensibilização; se já houve a comunicação, facilita a ação dos familiares”.

Nacional

O Brasil, por sua vez, aumentou a quantidade de doadores de órgãos em igual período analisado pela Associação Brasileira de Transplantes. Foram 16,6 doadores por milhão de população entre janeiro e setembro deste ano. Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal encabeçam a lista responsável pelo aumento de 15,6% em nível nacional com relação ao ano anterior.

Além disso, também houve aumento nacional nos transplantes de órgãos específicos, como o renal (7,6%), hepático (13,3%) e cardíaco (4,1%).

Fonte: Diário do Nordeste

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