O número de mulheres que morrem de complicações durante a gravidez e o parto diminuiu no Ceará. Caiu de 93,7 óbitos em 1998 para 67,8, por 100 mil nascidos vivos em 2011. Isso significa uma redução de 27,6% e acompanha a tendência nacional. Nesse decréscimo, destaque para os anos de 2010 e 2011. Passou de 78,4 para 67,8 óbitos, por mil nascidos vivos. Os dados estão no novo informe epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (12) pela Secretaria da Saúde do Estado.
Um conjunto de ações e estratégias vem contribuindo para a redução da mortalidade materna. Além do “Pacto pela redução da mortalidade materna e neonatal”, em 2004, assegurando atenção ao pré-natal, parto e ao recém-nascido, e a “Rede Cegonha”, em 2011, implementados pelo Ministério da Saúde, no Ceará, a queda nos índices é resultado também do desenvolvimento de planos de ação pelo Estado e os municípios. O Estado, com a descentralização do Sistema de Vigilância Epidemiológica a partir de 2009, vem apresentando aumento nos percentuais de notificação oportuna. Até 30 dias, a notificação é feita nos casos da ocorrência de óbitos de mulheres em idade fértil, de 10 a 49 anos, nos anos de 2010 a 2012, quando alcançou índices de 85,7% e 9,7%, respectivamente.
“A nossa expectativa, com base no que foi planejado e está sendo realizado, é de progredir ainda mais na atenção à saúde da mulher, com índices mais baixos de mortalidade materna”, afirma o secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos. Ele observa que “com o funcionamento da nova rede ampliada de Unidades Básicas de Saúde no interior, no total 150 unidades construídas com recursos do governo do Estado, as mulheres receberão atenção durante a gravidez mais qualificada em estruturas ideais, nos padrões da Anvisa. Arruda Bastos lembra que para incentivar os gestores municipais a cuidar da saúde da mulher um dos critérios de liberação dos recursos para a construção da UBSF era de cada município realizar pelo menos quatro consultas às gestantes”. Na atenção terciária, ele ressalta que no novo Hospital Regional Norte, em Sobral, será garantida assistência às mulheres de 55 municípios na própria região.
As maiores proporções de óbitos maternos, segundo o boletim da Sesa, foram verificadas na faixa etária de 20 a 29 anos, com 38,2% do total. De 30 a 39 anos, 36,1%. De 10 a 19 anos, 16,3%. De 40 a 49 anos, 9,1%. O estudo da Sesa observa que o maior risco de óbito está na população acima de 30 anos, com destaque para as mulheres entre 40 e 49 anos (319,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos).