Durante entrevista ao programa Ponto Poder, do Diário do Nordeste, nesta segunda-feira (26.05), o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), praticamente descartou a candidatura do deputado federal José Guimarães (PT), atual líder do governo Lula na Câmara. “Acho que o PT não pode ter tudo também. Na chapa, já temos o governador. E agora precisamos dividir espaços com nossos aliados. Essa movimentação deve ser feita com responsabilidade e diálogo”, afirmou Camilo, destacando a prioridade do partido em manter a unidade da base.
“Temos duas vagas para o Senado. A única vaga garantida é a do governador Elmano de Freitas (PT), que tem direito à reeleição”, pontuou Camilo. Segundo ele, a decisão garantirá equilíbrio entre os partidos.
Será que as declarações de Camilo estão relacionadas às pesquisas? Fato é que Guimarães não tem pontuado bem na disputa ao Senado, o que pode indicar que ele tenha se precipitado ao divulgar sua pré-candidatura, podendo precisar recuar de seus planos.
E essa mudança pode afetar a política na região do Cariri Oriental? Recentemente, Guimarães participou de um ato político em Mauriti, um de seus redutos eleitorais. Nos bastidores, os principais assuntos eram sua pré-candidatura ao Senado e as dificuldades enfrentadas por candidatos locais, como João Paulo e Isaac Júnior, que não têm grandes chances de sucesso devido à ausência de feitos recentes relevantes na gestão e à dificuldade de articular alianças com líderes de municípios vizinhos.
Com essa possibilidade de Guimarães não concorrer mais, surge a dúvida: isso pode influenciar na escolha de um pré-candidato em Mauriti?
Outro ponto importante é o cenário político em Milagres. Tudo indica que o PT local deverá lançar um candidato único à presidência do partido, com Aglaísio Lima possivelmente sendo reconduzido ao cargo, mantendo o partido na oposição. Comenta-se que o PT estaria apoiando um possível candidato a deputado estadual em Mauriti, além de um candidato a deputado federal — já com acordo firmado — e, claro, Guimarães para o Senado.
Porém, uma questão difícil de prever é: e se o PT estadual, incluindo a vertente de Guimarães, decidir apoiar Eunício Oliveira (MDB), apoiado pela situação em Milagres? Como ficaria a posição do partido?
Nesse cenário de incertezas, tudo pode acontecer — ou nada. O que se sabe é que a oposição em Milagres vive um momento de indecisão, aguardando os desdobramentos dos fatos.