Acusações de desmonte persistem e deixam MP em alerta

Após muita confusão nas prefeituras durante o processo de transição de governo, o ambiente político continua tumultuado em alguns...

Após muita confusão nas prefeituras durante o processo de transição de governo, o ambiente político continua tumultuado em alguns municípios. Há uma espécie de “jogo de empurra” dos problemas identificados: quem entrou diz que a culpa é de quem estava no poder até poucos dias atrás; quem saiu diz que tudo de ruim ocorreu após 31 de dezembro. Segundo o Ministério Público, o impasse exige atenção, pois às vezes, o suposto “caos” acaba servindo como justificativa para irregularidades.

O POVO esteve em Guaiúba, a 38 km de Fortaleza, para verificar os motivos da troca de acusações entre o novo prefeito, Kaio Gurgel (PSB), e o gestor anterior, Marcelo Fradique (PSDB). De acordo com Gurgel, os dados sobre as contas municipais ainda não foram repassados. Ele acrescenta que ainda não teve acesso às contas bancárias que o Município possui e enumera problemas na área jurídica, na saúde, no transporte escolar e na coleta de lixo.

A secretária de Finanças na gestão anterior, Ana Miranda, disse que o repasse de informações vai ocorrer até 30 de janeiro. Ela apresentou a O POVO um balanço financeiro e garantiu que há lastro financeiro para os restos a pagar.

Quiterianópolis

Em Quiterianópolis, a 414 km da Capital, situação ainda mais grave: a equipe do novo gestor, José Barreto (PSD), comunicou que, por causa do descalabro encontrado, a Prefeitura só funcionaria para atendimento interno, pelo menos por enquanto. Na última semana, Barreto decretou estado de emergência e autorizou secretários a contratarem serviços temporários sem licitação, para cobrir buracos supostamente deixados pelo ex-prefeito, Chico Vieira (PMDB). O promotor responsável pelo Município, Ítalo Braga, disse que vai investigar a situação, principalmente o “fechamento” da Prefeitura para atendimento externo. Segundo ele, a iniciativa é ilegal. Braga afirmou, ainda, que durante a transição de governo o novo prefeito

não formalizou denúncia.

A nova gestão denuncia atraso de pagamento de servidores, falta de médicos, problemas na coleta de lixo, entre outros prolemas. Ontem, ao O POVO, o secretário de Governo, Administração e Planejamento, Emanuel Gomes Coutinho, negou que a Prefeitura tenha fechado as portas e afirmou que, durante a transição, não houve repasse adequado de informações. O POVO não conseguiu localizar o ex-prefeito para confrontar as acusações.

O Povo

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