Entenda como a menopausa afeta o risco de Alzheimer

Segundo um novo estudo publicado no periódico científico PLoS One, as mudanças metabólicas que ocorrem no cérebro durante o...

Pesquisas anteriores já haviam apontado que níveis baixos de glicose no cérebro podem indicar o desenvolvimento do Alzheimer – e as mulheres no climatério e fase pós-menopausa da pesquisa mostraram esses resultados. (IStock/Getty Images)
Pesquisas anteriores já haviam apontado que níveis baixos de glicose no cérebro podem indicar o desenvolvimento do Alzheimer – e as mulheres no climatério e fase pós-menopausa da pesquisa mostraram esses resultados. (IStock/Getty Images)

Segundo um novo estudo publicado no periódico científico PLoS One, as mudanças metabólicas que ocorrem no cérebro durante o climatério, período de desenvolvimento da menopausa na mulher, podem deixá-las mais vulneráveis ao Alzheimer. De acordo com a Associação Americana de Alzheimer, ser mulher é o segundo maior fator de risco para o surgimento da doença, perdendo apenas para a idade avançada.

O estudo

A equipe de pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Cornell junto com cientistas da Universidade do Arizona, ambas nos Estados Unidos, examinaram como os cérebros de 43 mulheres, entre 40 e 60 anos, metabolizavam glicose, principal fonte de energia das células cerebrais. Isso por que pesquisas anteriores já haviam mostrado que níveis baixos de glicose no cérebro podem indicar o desenvolvimento do Alzheimer.

Menos energia

Entre as participantes, 15 estavam na fase pré-menopausa, 14 estavam no climatério e outras 14 no período da menopausa, ou seja, um ano após a última menstruação. No final do estudo, as mulheres que estavam no climatério e pós-menopausa, tiveram níveis mais baixos de glicose do que as outras.

[ads1] Mudanças no cérebro

Os pesquisadores identificaram nessas participantes sinais de disfunção mitocondrial, o que significa que o processamento de energia das células do cérebro já perdeu parte de sua eficiência. Uma enzima chave no metabolismo das células, chamada citocromo oxidase, mostrou-se menos abundante. Além disso, elas também tiveram resultados ruins em testes de memória.

Em outro estudo, os mesmos pesquisadores já haviam sugerido que a menopausa pode estar associada a um aumento da proteína beta-amiloide no cérebro, um dos principais biomarcadores do Alzheimer, assim como uma redução da matéria cinzenta e da matéria branca, que são afetadas pela condição neurodegenerativa.

Detectar de forma precoce

“As mulheres precisam de atenção médica e acompanhamento a partir dos 40 anos, antes do surgimento de quaisquer sintomas endócrinos ou neurológicos”, disse ao Medical News Today Lisa Mosconi, principal autora do estudo.

Segundo a pesquisadora, algumas estratégias podem ajudar a evitar o Alzheimer. “Consumir alimentos antioxidantes, que beneficiam a atividade cerebral e as mitocôndrias das células, como a linhaça, e fazer atividades físicas regularmente podem manter os níveis de estrógeno saudáveis.

Menos estrógeno

A deficiência de estrogênio pode ser a principal causa da associação. Segundo os médicos, as células cerebrais possuem receptores do hormônio. A queda dos níveis de estrógeno pode causar uma reação de ausência de energia e tal estado pode levar à disfunção cognitiva.

“Nossos resultados mostram que a perda de estrógeno na menopausa não apenas diminui a fertilidade como também reduz um elemento protetor do cérebro das mulheres, tornando-as mais vulneráveis ao envelhecimento cerebral e o Alzheimer”, disse Lisa.

Fonte: Veja Saúde

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