FORTALEZA: Marcha pela Vida leva milhares às ruas e divulga Estatuto do Nasciturno

Cerca de três mil pessoas contrárias à pratica do aborto tomaram o calçadão da Beira Mar, em Fortaleza, ontem,...

Marcha Pela Vida foi realizada ontem na avenida Beira Mar (Foto: Fábio Lima/O Povo)
Marcha Pela Vida foi realizada ontem na avenida Beira Mar (Foto: Fábio Lima/O Povo)

Cerca de três mil pessoas contrárias à pratica do aborto tomaram o calçadão da Beira Mar, em Fortaleza, ontem, durante a “Marcha pela Vida”. Em uma caminhada, com o suporte de dois trios elétricos, o grupo seguiu até a Praça do Estressados, pedindo a aprovação do Estatuto do Nascituro, uma das bandeiras do grupo. “A mulher não é dona do seu corpo. Ela é uma hospedeira de outra vida”, afirmou, sob aplausos, o padre Clairton Alexandrindo, pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza, durante discurso realizado em um dos trios elétricos. A Marcha é iniciativa do Movimento em Favor da Vida (Movida).

Presente no evento, o seminarista Washington Vieira, 24 anos, acredita na importância da mobilização para alertar as pessoas e conscientizar para não praticar o aborto, sob qualquer circunstância. “É uma questão que transcende religião e fé. É sobre ética, é a defesa da vida”, afirma. Corroborando com a opinião do seminarista, o autor do Estatuto do Nascituro, o deputado Luiz Bassuma, defendeu que a Marcha pela Vida procura chegar às pessoas e conscientizá-las. “Agora, cabe ao Congresso Nacional aprovar (o Estatuto)”.

Vinda de Campina Grande, Paraíba, Larissa Almeida, 23, estava passeando no calçadão da Beira Mar, quando viu a movimentação, com cartazes e trios. Ela discordou da Marcha pela Vida. “O corpo é da mulher. Ela quem deve decidir se irá ou não ter o bebê. A mulher precisa desta liberdade”. Para a turista a descriminalização diminuiria drasticamente os índices de abortos clandestinos, que, segundo ela, frequentemente deixam sequelas ou matam mulheres. “O que falta é liberdade de pensamento”, dispara.

Estatuto do Nascituro
Durante a Marcha pela Vida, os organizadores do evento colheram assinaturas em um abaixo assinado, para a aprovação do Estatuto do Nascituro. O documento deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. O projeto de lei remete ao ano de 2005 e propõe garantir a proteção integral do feto, que também leva a nomenclatura de nascituro. De acordo com Bassuma, o Estatuto regulamenta o artigo quinto da Constituição, em que “todos são iguais perante a lei… garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

O artigo quarto do Estatuto diz: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao nascituro, com absoluta prioridade, a expectativa do direito à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar, além de colocá-lo a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

O Povo

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